librum verbis templum

librum verbis templum (Fragmentum mare non inveni)

ou das Palavras – as do Supremum Dominum

.’. frater carbono IV
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as oito lâminas do Início – as do Louco

I. O louco pensa. Fala – com o que não vê
II. Os deuses morreram e Ele percorre os bosques em demanda
III. Ao deserto chega a pergunta – a d’Ele
IV.  E Ele transporta a carta – A que lhe foi dada
V. Aí está escrito com tinta eminentemente mágica: – amo-te, amo-te, amo-te. És o sol das minhas manhãs, amo-te como nunca
VI. E ele amou-se porque se descobriu
VII. Ele é o perfume dos deuses, o surpreendido
VIII. Ele é a unidade. É ele próprio, É. É Ele – o que nele se projecta e, É. É o seu corpo-templo
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A crisálida – A mariposa regressou ao casulo (oito lâminas)

I. A distante melodia, é o rito do princípio e do fim
II. Mas não há fim, há um outro começar
III. E o louco disse: O Teu perfume marca o nascimento do meu corpo e o meu corpo é o teu corpo
IV. O centro és tu. Tu abres e fechas o ciclo
V. De ti nasci em ti faleço. o teu corpo é o meu corpo
VI. Eu amo-te secretamente com o estômago prenhe de borboletas
VII. Eu, no abismo, medito em ti e questiono-te. Questiono-te porque me questiono
VIII. Eu e Tu somos o fim porque somos o princípio – de tudo. O meu corpo é o templo em que habito
Eu sou a verdade porque sou o deus que reconheço e reconhecendo, reconheço-te
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O antes e o após – a semente (três lâminas)

I. Com as primeiras chuvas a romã abrir-se-à e das suas sementes irrompem os “De Antes” – os que voltarão do interior do mago
II. Eu sou a besta, Tu és o Universo – ainda que o não digas, eu sei – sinto como a tua língua corre sobre a minha, e a minha pela tua
é delicioso
é excitante
muito foi o tempo assim. e agarraste a cintura da luz. A de uma outra lua -  e tiraste, lenta, a camisa
III. Estás de pé e só. No meio do nada. As palavras do bem e do mal são doces.
não pares!
e seguiste
e segui
e sentimo-nos morrer e renascer por aí.
Somos as borboletas negras que pousam sobre nós – próprios. Somos porque continuaremos a ser – Seremos
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Junto à fonte (uma lâmina)

 I. Tu és o Meu Mestre porque Eu Sou o Mestre – Vejo-te e vejo-me como um deus junto à fonte. E digo: no nada busco o tudo. Tudo é um nada e do nada nasce o desejo em silêncio.
A horda dos “De Antes” virá.
Digo que voltará. Eu sei que voltará.
.’. frater carbono IV